- QUAL O MÉTODO OU INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO VOCÊ TEVE MAIS DIFICULDADE EM APRENDER A APLICABILIDADE? FALE UM POUCO SOBRE ELE.
ESCALA DE BORG
Escala de Borg Denominada escala psicofísica CR-10 de Borg
foi criada em 1998 pelo pesquisador de mesmo nome. A primeira escala de Borg
foi a escala Ratings of Perceived Exertion (RPE) que foi avaliada e comprovada
por meio das correlações elevadas entre a carga de trabalho e a frequência
cardíaca de indivíduos saudáveis. Posteriormente foi desenvolvida a escala
Category Ratio 10 (CR-10) de Borg que a partir de um conjunto de intensidade de
esforço e o auxílio de uma escala que representa o modelo mais indicado para a
avaliação do aumento sensorial na 45 descrição de uma função psicofísica de
estímulo-resposta em situações de trabalho (BORG, 1998).
Por ser subjetiva a
Escala de Borg permite apenas confrontar com resultados obtidos em outras
avaliações para que o analista encontre a tarefa que mais exige esforço do
colaborador segundo sua própria opinião, pois a fidedignidade e a validade dos
resultados obtidos com uma escala dependem do que está sendo medido.
Procedimento de aplicação da
Escala de Borg: Para facilitar o entendimento do colaborador pode-se inserir
imagens das tarefas a que se pretende avaliar por meio da Escala, conforme
demonstrado na Figura 2. Tomando posse das imagens de cada postura de trabalho
que o colaborador se submete é interessante aplicá-las num questionário com a
escala descrita logo abaixo. Esta Ferramenta foi utilizada por Falcão (2007) e
avaliada com êxito.
A partir do questionário pronto,
deve-se explicar ao colaborador que o mesmo deve responder como se sente quando
realiza cada uma das posturas considerando as opções ofertadas pela Escala de
Borg. 46 Segundo Borg (1998) adaptado por Serranheira (2007) para se utilizar a
escala, deve-se seguir os seguintes passos para explicar ao indivíduo:
1 –
Observar as expressões verbais de esforço/força;
2 – Escolher o número
associado à expressão verbal;
3 – Repensar o número de acordo com o esforço
sentido e atribuindo-lhe o valor que melhor representa esse esforço (exemplo:
se a percepção de um esforço é “muito fraco” então deve-se escolher o valor 1
da escala; todavia, se depois de analisar o valor decidir que é pouco superior
a 1, pode atribuir-lhe valores que de 1,1 a 1,9);
4 – Responder o que sente,
isto é, a associação da expressão verbal com o esforço que realmente efetua;
não responder o que espera ser a resposta correta (responder por si, tentando
não ser influenciado pelo que os outros pensam, ou pelo que pode ser
considerado como a resposta mais comum, mais aceitável);
5 – Ser o mais honesto
possível, tentando não sub ou sobrevalorizar as intensidades do esforço
efetuado. O colaborador pode avaliar a realização da postura como: sem esforço
(0); muito muito fraco (0,5); muito fraco (1); fraco (2); moderado (3); forte
(5); muito forte (7); ou extremamente forte (10). Desta forma, o mesmo ou o
próprio analista pode assinalar o valor ou a nomenclatura que expressa o
esforço realizado durante a tarefa. Desta maneira, 0 (zero) representa ausência
de esforço e 10 (dez) associa-se a um esforço extremamente intenso, isto é, o
esforço máximo.
Outros níveis podem obter as seguintes interpretações: 1 –
Esforço muito ligeiro: numa situação normal, será um esforço como deslocar-se,
movimentar os membros superiores; 3 – Esforço moderado: mediano sem
dificuldades excepcionais e passíveis de continuar a execução da atividade sem
instalação de fadiga; 5 – Esforço intenso: é sentido como um esforço elevado
que provoca fadiga, mas é possível continuar a realizá-lo se existirem pausas
que permitam a recuperação fisiológica; 47 7 – Esforço muito intenso, muito
exigente: é um esforço possível de realizar apesar de ser necessário “puxar
pela pessoa”, como por exemplo, por meio de um incentivo; é um esforço muito
pesado, que provoca uma sensação de grande fadiga; 10 – Esforço extremamente
intenso: é o máximo esforço efetuado; na generalidade dos casos é o esforço
mais extenuante alguma vez efetuado e sentido; A aplicação da escala de Borg
CR-10 deve permitir avaliar a sensação/percepção do esforço realizado, da forma
mais exata possível.
As respostas não devem subvalorizar ou sobrestimar a
avaliação. É a percepção do trabalhador (respondente) que deve ser traduzida
nesta escala. O que “os outros” pensam ou sentem, neste caso, não deve ser
considerado. Histórico de avaliação da Escala de Borg: Holzmann (1982) e
Kadefors et al. (1993) preconizam que a escala CR-10 de Borg deve ser aplicada
anteriormente à uma análise ergonômica para avaliar a dor e desconforto sentida
pelos indivíduos analisados. A escala de Borg aplicada no estudo de Serranheira
(2007) no setor automotivo foi dividida em 2 escalas: intensidade média de
esforço e máxima de esforço.
A estimativa de intensidade média de esforço
permitiu identificar, na generalidade, a existência de relações moderadas e
significativas com as Ferramentas de avaliação integrada do risco, exceto com a
Ferramenta RULA (rsp = 0,219). Relativamente à estimativa máxima de esforço
destacaram-se ligeiros aumentos das relações com as Ferramentas, passando a
relação com RULA (rsp = 0,237). Assim, os resultados revelam relações moderadas
e elevadas de registros obtidos junto dos trabalhadores (aplicação da escala de
BORG) com os resultados da avaliação do fator de risco e aplicação de força em
cada Ferramenta de avaliação de risco, exceto para a Ferramenta RULA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário